Após o Governo estadual rescindir o contrato com o consórcio responsável pelas obras do BRT em Cuiabá e Várzea Grande nesta quarta-feira (05.02), o deputado Lúdio Cabral (PT) afirmou que ainda é prematuro discutir uma possível Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso. De acordo com o deputado, os representantes da empresa foram convidados a comparecer à Assembleia Legislativa para esclarecer sua versão sobre os problemas da obra.
Cabral ressaltou que uma obra dessa magnitude deveria contar com um estudo técnico sólido, destacando a necessidade de um planejamento detalhado, com base em experiências semelhantes em outras cidades do país.
"É uma obra pesada, exigiria no mínimo é, conhecimento prévio de outras obras no mesmo porte realizadas em outras cidades do país. [...] E o que parece é que não há projeto", afirmou.
Segundo o parlamentar, o que existe até agora são interrogações sobre as falhas no projeto. Nesse sentido, ele defendeu que tanto o Estado quanto a Secretaria de Obras e Infraestrutura (Sinfra) sejam chamados a se reunir para encontrar uma solução para o modal. "Se a gente não resolver isso, a gente tende a mergulhar numa nova novela, como foi a novela do VLT”, alertou.
De acordo com informações do governo, apenas 18% das obras foram concluídas desde o início dos trabalhos, há dois anos e três meses. Após a rescisão do contrato, o consórcio tem cinco dias para apresentar sua defesa.
A decisão gerou divisões entre os políticos, com alguns defendendo a rescisão consensual, enquanto outros temem que isso cause ainda mais demora na conclusão do projeto.
O BRT foi inicialmente planejado para substituir o Veículo Leve Sob Trilhos (VLT), que havia sido projetado para a Copa do Mundo de 2014 e que teve a construção interrompida em 2017 devido a atrasos e denúncias de irregularidades. O projeto do BRT foi lançado em 24 de outubro de 2022, com prazo final para entrega em 13 de outubro de 2024.