O aumento da tensão no Oriente Médio aumenta a relevância da cúpula de líderes do Brics, mas o prazo apertado e algumas divergências também elevam os desafios para costurar alguma respostas sobre o conflito entre Israel e Irã.
O encontro está marcados para os dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro, e deve reunir representantes dos cinco membros originais – África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia -, e os seis novos membros admitidos em 2024-2025 – Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.
Diplomatas ouvidos pela CNN afirmam que é do interesse do Brasil propor algum comunicado do grupo, mas alertam para as complexidades da missão por causa de diferentes posicionamentos dos países que o compõem.
A presença física dos líderes facilita a negociação de um texto comum, mas as divergências podem falar mais alto. A Índia, por exemplo, tem uma relação bilateral sólida com o governo israelense.
Os indianos também estão em momento de tensão com um inimigo histórico, o Paquistão, que é parceiro geopolítico do Irã. Na visão de alguns diplomatas, a Índia seria um dos países a bloquear menções expressas a Israel.
O que poderia unir o grupo seria a defesa do direito internacional. Apesar de o próprio Irã ser membro do Brics, os países fundadores adotam uma linha mais comedida de chamado à negociação e ao cessar-fogo.
O porta-voz do governo russo, no entanto, afirmou nesta segunda-feira (23) que a Rússia está pronta para ajudar o Irã, mas que tudo depende do que o país precisa. Dmitry Peskov afirmou que o que há de concreto é o oferecimento de esforços de mediação.
Após os ataques dos Estados Unidos, a China instou Irã e Israel a um cessar-fogo imediato, pediu diálogo e negociações.